quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

A nossa volta

  O pensar sobre a condição atual de um amigo que está em condições complicadas me levou a filosofar sobre o nada.
  Não, não é irrelevante pensar-escrever-falar sobre o nada. No nada temos o oposto do tudo. Tudo o que ser quer hoje em dia é dinheiro e férias constante. Bom esse meu amigo não tem dinheiro e precisa trabalhar todos os dias guardando carros se pretende sobreviver na selva de pedra em que confortavelmente transitamos. Ele de acordo com o padrão atual é um nada. É o nada que não vemos quando vamos ao show, que não ouvimos quando pergunta se pode guardar o carro, que não vemos rir, chorar ou fazer qualquer outra coisa que um ser humano normal faz e a gente consede que faça. Se um guardador de carros vem chorando, por qualquer motivo, e nos interpela sobre se pode guardar o carro logo achamos que está fazendo cena. Um drama para poder ganhar dinheiro. Ele não pode ter sentimentos. Tem de ser uma máquina que adivinha como e de que forma tem de nos abordar para pedir permissão para trabalhar. Quantas pessoas tem de a todo momento pedir permissão para trabalhar. Alguns são convocados a trabalhar, outros vão trabalhar e pronto. Já os "marginais" (por viverem a margem e não como ladrões ou outra coisa qualquer) guardadores de carros tem de pedir pemissão é quem é nada tem de pedir para trabalhar. Quem é tudo trabalha e não filosofa sobre isso.
 Nada o nada não é visto. Nessa vespera de Natal quantas pessoas vão pesar sobre os nadas sociais?
Ao sair para dar uma volta Vi meu AMIGO dormindo em um banco próximo ao local em que trabalha, bem encolhido e escondido para NÃO ATRAPALHAR. Afinal a moral os bons costumes e todas as pessoas de bem não querem ver suas vegonhas.
 Não tinha dinheiro, nem eu nem ele, não podia ajudá-lo em nada e fico pensando como posso, além de ensinar a mim e aos outros o que acho que é bom, fazer com que se não acabe ao menos diminua isso no meu bairro, na minha cidade, no meu estado, no meu país e no mundo.
 Bom Natal e um ótimo Ano Novo, mas não se esqueça dos doentes e de todos os que precisam.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Várias injustiças e a opção paulista de inundar os pobres

Luis Nassif - Sobre economia, política e notícias do Brasil e do Mundo
17/12/2009 - 08:08
A opção paulista de inundar os pobres
Por Ernesto Camelo
Da UOL Notícias
Comportas fechadas na barragem da Penha para proteger a marginal ajudaram a alagar a zona leste de SP

Fabiana Uchinaka

As seis comportas da barragem da Penha, na zona leste de São Paulo, foram completamente fechadas às 2h50 do dia 8 de dezembro, dia em que a cidade enfrentou fortes temporais e viu diversos pontos alagarem como há muito tempo não se via. Somente dois dias depois, às 17h20, todas as comportas foram abertas. Os dados, fornecidos pelo engenheiro responsável pela barragem, João Sérgio, indicam que houve uma clara escolha da empresa responsável: alagar os bairros pobres da zona leste para evitar o alagamento das marginais e do Cebolão, conjunto de obras que fica no encontro dos rios Tietê e Pinheiros.

“Mesmo fechando as comportas, encheu o [córrego] Aricanduva. Se eu não tivesse fechado aqui, teria alagado as marginais e toda São Paulo”, justificou Sérgio, que explicou que a decisão vem da direção da Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia). Ele acrescentou ainda que no dia 9 duas comportas foram abertas às 10h10 e mais duas às 21h.

O engenheiro argumenta que cada barragem (são quatro em São Paulo: Móvel, Penha, Mogi das Cruzes, Ponte Nova) é responsável apenas por administrar o fluxo de água do local e não sabe o que acontece nos outros pontos, porque não há comunicação. Mas ele acredita que as comportas foram abertas nas barragens de cima, em Mogi, e isso influenciou no alagamento da região da zona leste.

“Não recebo informações de outras barragens. As de cima são administradas pela Sabesp e as de baixo pela Emae. Eu só respondo por essa barragem e às ordens da Emae”, disse. “Também acho estranho o nível da água não baixar aqui e não sei por que está indo para os bairros, mas não precisa ser especialista para ver que está assoreado [o rio]“.

Ele trabalha há quase 15 anos no local e conta que desde o governo de Orestes Quércia (1987-1991) não são colocadas dragas para desassorear o rio na parte que fica acima da barragem. “O governo tentou colocar de novo, mas a própria Secretaria de Meio Ambiente não deixou, porque não tinha bota-fora [local para despejar a terra retirada]“, afirmou.

O desassoreamento do rio daria mais velocidade ao escoamento da água e aumentaria a área de reserva de água perto da barragem, o que impediria o transbordamento para os bairros adjacentes.

Para Ronaldo Delfino de Souza, coordenador do Movimento de Urbanização e Legalização do Pantanal, o governo fez uma opção. “Ou alagava a marginal ou matava as pessoas no Pantanal. E matou”, disse. “E ainda bota a culpa nas moradias. O Estado só se preocupa com o escoamento de mercadorias, só pensa em rodovia. Vida humana não importa”.

Moradores e deputados estaduais fizeram nesta quarta-feira (17) uma inspeção no local para saber se a abertura das comportas tinha relação com o alagamento no Jardim Romano e no Jardim Pantanal, que já dura nove dias.

O movimento, formado por moradores de diversos bairros localizado na várzea do rio Tietê, acusa o governo do Estado e a prefeitura de manterem a água represada além do necessário como forma de obrigar as famílias a deixarem a região, onde será construído o Parque Linear da Várzea do Rio Tietê. Há anos, os moradores resistem em sair dali, porque dizem que o governo não apresenta um projeto habitacional concreto e apenas oferece uma bolsa-aluguel.

“Não era para as máquinas estarem trabalhando aqui? Cadê? Não tem um funcionário do governo aqui”, reclamou, apontando para as ilhas que aparecem no meio do rio, logo acima da barragem da Penha. As dragas são vistas somente na parte de baixo da construção.

“Os córregos do Pantanal já estavam muito cheios três dias antes da chuva. Como não abriram a barragem sabendo que ia chover?”, perguntou Souza, indignado. “O que a gente viu aqui é que não houve possibilidade de escoamento, porque a água ultrapassou o nível das comportas e não tinha velocidade para descer, não tinha gravidade”, concluiu.

Segundo os registros da barragem, no dia 8 a água ficou acima do nível das comportas por 5 a 6 horas. Sérgio explicou que a queda do rio Tietê é de apenas 4% e por isso a vazão demora cerca de 72 horas desde a barragem de Mogi das Cruzes até o centro da cidade — isso sem chuva. “É demorado, sempre foi”, disse.

“Imagina o que uma hora de comportas fechadas não faz de estrago lá no Pantanal”, falou Souza, diante dos dados. “Se fecha aqui, a água para de novo, perde velocidade e vai demorar mais 72 horas para descer”, afirmou.

Os deputados estaduais que acompanharam a inspeção concordam con a teoria dos moradores. “Foi feita uma escolha e a corda estourou do lado mais fraco”, afirmou o deputado estadual Raul Marcelo (PSOL). “É uma questão grave. A falta de comunicação e de um gerenciamento unificado são prova de uma falta de governância e de um planejamento na administração das barragens, o que levou, em grande parte, ao fato do bairro do Pantanal ter sido alagado”.

“Há uma estranha coincidência de que no momento da desocupação há um alagamento desses e ninguém consegue escoar a água. Não havia uma inundação dessas há 15 anos e o nível das águas está subindo mesmo sem chuva. É muito estranho e as autoridades têm que explicar”, completou o deputado estadual Adriano Diogo (PT).

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Poetiando um pensamento

se na vida tudo fosse
a foice que mata
a mata
que me esconde
não seria barba
seria um ato divergente


professor é o mundo
aluno um querer ser absurdo


se mato o meu
professor
mato o meu aluno


o que sobra?


quero poder saber
do nada
da antimatéria
do vazio
do caus
ou acaso
dá vida vivida do meu pensar alucinado
que ao se ver alucinatório para mim
para de existir e vira
o nada que não sei dizer
e ninguem que me ouça entenderá
ou lei?
não sei
não sei se escrevo ou penso
mas suspeito que vivo
ah
to com sede melhor para de bobeira


terça-feira, 24 de novembro de 2009

DIVIRTAM-SE! MAS, CUIDADO.

Dentre a lista do filmes mais locados nessa semana está “ANJOS E DEMÔNIOS”, baseado no livro de mesmo título do autor Dan Brown (aquele do “CÓDIGO DA VINCI”).
Acredito que muitos dos que leem esse texto, se não tiveram contato com o livro, tiveram com o filme.
Em relação ao filme, pelo ritmo e pela trama policial, prende-nos a atenção, por isso recomendo que o assistam ... mas, de um jeito diferente.
Deixo logo abaixo o link da primeira e a segunda partes de um documentário produzido por Simon Hartog para o canal 4 da BBC em 1993
com o nome de "BRASIL: BEYOND CITIZEN KANE" (MUITO ALÉM DO CIDADÃO KANE). Esse é um documentário sobre a política de telecomunicações no Brasil, com enfoque especial na história da formação da rede Globo e do poder do empresário Roberto Marinho.
Diferentemente do filme, esse documentário não tem um bom ritmo, mas revela a grande e verdadeira trama responsável por prender-nos a atenção e a capacidade crítica.

Para entender o que quero dizer assista ao documentário e perceba:
- quem financiou a rede Globo no início de suas operações?
- qual era a relação dessa emissora e de seu proprietário, Roberto Marinho, com os militares que comandaram o período de ditadura no Brasil, iniciado em 1964?
- como funciona o sistema de concessão de operação para emissoras de telecomunicação?

Antes ou após, assista “ANJOS E DEMÔNIOS” e se pergunte:
- sendo responsável por informações relevantes ou significativas para um grande número de pessoas, é possível manipular ou conduzir o modo como elas irão se comportar de maneira a se beneficiar disso? (pense no Camerlengo do filme e no Roberto Marinho na rede Globo.)
- como é possível fazer um discurso e ao mesmo tempo ter uma prática contrária? (recorde o discurso cristão, de fé e desapego do Vaticano, e o discurso democrático da rede Globo, comparados com as origens históricas e práticas reais dessas duas instituições.)
- quando são essas instituições, Vaticano e rede Globo, “ANJOS E DEMÔNIOS”?

Divirtam-se, mas não se deixem enganar.

http://www.youtube.com/watch?v=ZgAQWDyWVm8 PARTE 1

http://www.youtube.com/watch?v=T6AaQjCjCGM&feature=related PARTE 2

Rodrigo Mazzo Pelegrini

sábado, 21 de novembro de 2009

As mentiras

 Outubro de 2009


“De Bonner para Homer”


Artigo de Laurindo Lalo Leal Filho


Perplexidade no ar. Um grupo de professores da USP está reunido em torno da mesa onde o apresentador de tevê William Bonner realiza a reunião de pauta matutina do Jornal Nacional, na quarta-feira, 23 de novembro. Alguns custam a acreditar no que vêem e ouvem. A escolha dos principais assuntos a serem transmitidos para milhões de pessoas em todo o Brasil, dali a algumas horas, é feita superficialmente, quase sem discussão.


Os professores estão lá a convite da Rede Globo para conhecer um pouco do funcionamento do Jornal Nacional e algumas das instalações da empresa no Rio de Janeiro. São nove, de diferentes faculdades e foram convidados por terem dado palestras num curso de telejornalismo promovido pela emissora juntamente com a Escola de Comunicações e Artes da USP. Chegaram ao Rio no meio da manhã e do Santos Dumont uma van os levou ao Jardim Botânico.


A conversa com o apresentador, que é também editor-chefe do jornal, começa um pouco antes da reunião de pauta, ainda de pé numa ante-sala bem suprida de doces, salgados, sucos e café. E sua primeira informação viria a se tornar referência para todas as conversas seguintes. Depois de um simpático bom-dia , Bonner informa sobre uma pesquisa realizada pela Globo que identificou o perfil do telespectador médio do Jornal Nacional. Constatou-se que ele tem muita dificuldade para entender notícias complexas e pouca familiaridade com siglas como BNDES, por exemplo. Na redação, foi apelidado de Homer Simpson. Trata-se do simpático mas obtuso personagem dos Simpsons, uma das séries estadunidenses de maior sucesso na televisão em todo o mundo. Pai da família Simpson, Homer adora ficar no sofá, comendo rosquinhas e bebendo cerveja. É preguiçoso e tem o raciocínio lento.


O editor-chefe considera o obtuso pai dos Simpsons como o espectador padrão do Jornal Nacional. Ele é preguiçoso, burro e passa o tempo no sofá, comendo rosquinhas e bebendo cerveja. Na reunião matinal, é Bonner quem decide o que vai ou não para o ar (Pauta).


A explicação inicial seria mais do que necessária. Daí para a frente o nome mais citado pelo editor-chefe do Jornal Nacional é o do senhor Simpson. Essa o Homer não vai entender , diz Bonner, com convicção, antes de rifar uma reportagem que, segundo ele, o telespectador brasileiro médio não compreenderia.


Mal-estar entre alguns professores. Dada a linha condutora dos trabalhos atender ao Homer , passa-se à reunião para discutir a pauta do dia. Na cabeceira, o editor-chefe; nas laterais, alguns jornalistas responsáveis por determinadas editorias e pela produção do jornal; e na tela instalada numa das paredes, imagens das redações de Nova York, Brasília, São Paulo e Belo Horizonte, com os seus representantes. Outras cidades também suprem o JN de notícias (Pequim, Porto Alegre, Roma), mas elas não entram nessa conversa eletrônica. E, num círculo maior, ainda ao redor da mesa, os professores
convidados. É a teleconferência diária, acompanhada de perto pelos visitantes.


Todos recebem, por escrito, uma breve descrição dos temas oferecidos pelas praças (cidades onde se produzem reportagens para o jornal) que são analisados pelo editor-chefe. Esse resumo é transmitido logo cedo para o Rio e depois, na reunião, cada editor tenta explicar e defender as ofertas, mas eles não vão muito além do que está no papel. Ninguém contraria o chefe.


A primeira reportagem oferecida pela praça de Nova York trata da venda de óleo para calefação a baixo custo feita por uma empresa de petróleo da Venezuela para famílias pobres do estado de Massachusetts. O resumo da oferta jornalística informa que a empresa venezuelana, que tem 14 mil postos de gasolina nos Estados Unidos, separou 45 milhões de litros de combustível para serem vendidos em parcerias com ONGs locais a preços 40% mais baixos do que os praticados no mercado americano . Uma notícia de
impacto social e político.


O editor-chefe do Jornal Nacional apenas pergunta se os jornalistas têm a posição do governo dos Estados Unidos antes de, rapidamente, dizer que considera a notícia imprópria para o jornal. E segue em frente.


Na seqüência, entre uma imitação do presidente Lula e da fala de um argentino, passa a defender com grande empolgação uma matéria oferecida pela praça de Belo Horizonte. Em Contagem, um juiz estava determinando a soltura de presos por falta de condições carcerárias. A argumentação do editor-chefe é sobre o perigo de criminosos voltarem às ruas. Esse juiz é um louco, chega a dizer, indignado. Nenhuma palavra sobre os motivos que levaram o magistrado a tomar essa medida e, muito menos, sobre a situação dos presídios no Brasil. A defesa da matéria é em cima do medo, sentimento que se espalha pelo País e rende preciosos pontos de audiência.


Sobre a greve dos peritos do INSS, que completava um mês matéria oferecida por São Paulo , o comentário gira em torno dos prejuízos causados ao órgão. Quantos segurados já poderiam ter voltado ao trabalho e, sem perícia, continuam onerando o INSS , ouve-se. E sobre os grevistas? Nada.


De Brasília é oferecida uma reportagem sobre a importância do superávit fiscal para reduzir a dívida pública . Um dos visitantes, o professor Gilson Schwartz, observou como a argumentação da proponente obedecia aos cânones econômicos ortodoxos e ressaltou a falta de visões alternativas no noticiário global.


Encerrada a reunião segue-se um tour pelas áreas técnica e jornalística, com a inevitável parada em torno da bancada onde o editor-chefe senta-se diariamente ao lado da esposa para falar ao Brasil. A visita inclui a passagem diante da tela do computador em que os índices de audiência chegam em tempo real. Líder eterna, a Globo pela manhã é assediada pelo Chaves mexicano, transmitido pelo SBT. Pelo menos é o que dizem os números do Ibope.


E no almoço, antes da sobremesa, chega o espelho do Jornal Nacional daquela noite (no jargão, espelho é a previsão das reportagens a serem transmitidas, relacionadas pela ordem de entrada e com a respectiva duração). Nenhuma grande novidade. A matéria dos presos libertados pelo juiz de Contagem abriria o jornal. E o óleo barato do Chávez venezuelano foi para o limbo.


Diante de saborosas tortas e antes de seguirem para o Projac o centro de produções de novelas, seriados e programas de auditório da Globo em Jacarepaguá os professores continuam ouvindo inúmeras referências ao Homer. A mesa é comprida e em torno dela notam-se alguns olhares constrangidos.


* Sociólogo e jornalista, professor da Escola de Comunicações e Artes da USP. Artigo publicado na Carta Capital, edição nº 371.



sexta-feira, 20 de novembro de 2009

POETISANDO


QUANDO A POESIA ENTROU
EU SAI

QUANDO CHOVEU
EU CAI

QUANDO EU VI MORRER
EU MORRI

QUANDO SENTI VOCÊ
NEM VI

QUANDO O MAR ABRIU
SUMI

QUANDO A MONTANHA...
I NEM SEI

NA MONTANHA AZUL
CAI

DO AZUL
SAI

AZUL
EU VI

A MONTANHA AZUL
SENTI

POR ISSO
ESCREVI

sobre o conceio de democracia

Para uma reflexão do conceito de democracia
Escrito por Fausto Wolff

Dêem a chefia da portaria ao mais dócil empregado e logo ele se tornará um tirano

Já escrevi em algum lugar que, enquanto não nos revoltarmos contra o conceito de democracia que considera sagrado o direito de uma minoria escravizar o resto, jamais chegaremos à condição de seres humanos. Seremos sempre caricaturas, títeres perdidos na ventania, sempre com cara de “desculpe, não era bem isso que eu queria dizer”.

Enquanto não se der a revolução da humanidade contra a tirania, enquanto deixarmos que nos humilhem para que possamos continuar vivendo, teremos de suportar algumas imperfeições, certos espinhos colocados em nossos sapatos ainda na infância que não podemos ou não queremos tirar.

Uma dessas imperfeições é a constatação de que, à medida que envelhecemos, vamos nos tornando mais medrosos. Quando deveria acontecer o contrário: à medida que envelhece, o homem deveria tornar-se mais corajoso, porque mais sábio, mais justo, mais conhecedor dos seus deveres e direitos.

Quando eu tinha pouco mais de 20 anos, todos os dentes e era um sujeito bonito, era também dado a papagaiadas. Certa vez, ainda noivo (havia noivados e até virgens naquela época), estava no falecido Bar Castelinho, tomando um chope com minha futura mulher, quando um dos donos de uma revista para a qual eu escrevia sentou-se à nossa mesa e se comportou de forma grosseira.

Gentilmente, mandei que se retirasse, pois já tinha de aturá-lo o dia inteiro e não pretendia fazer isso quando estava namorando. Fui despedido no dia seguinte. Na hora, a sensação foi boa, mas eu era muito jovem para perceber que os rateios estavam contra mim.

Outra imperfeição: ser burro, viver e conhecer o mínimo do seu potencial energético interior e, além disso, ter de suportar a consciência da sua mortalidade. Algumas pessoas percebem isso, mas, como são ignorantes, aceitam o princípio nada otimista de que a vida é um absurdo porque acaba na morte e, como dizia Camus, o homem vive e não é feliz. Essa constatação é tão angustiante que, sem uma garrafa ao alcance da mão, é difícil resistir à tentação de não dar um tiro na têmpora.

Hoje em dia, em pleno século 21, a grande maioria de escravos aceita essa condição fingindo não saber dela, fingindo que a vida é assim mesmo. Uns entram com o pé e os outros com o popô, uns com o pescoço e os outros com a foice. Excetuando os psicopatas que, aparentemente, já nascem tortos, alguns poucos escravos se rebelam e saem fazendo bobagens: roubando, assaltando, matando, estuprando.

Quando isso acontece, todos ficam com cara de tacho, fingindo que não têm nada a ver com o peixe. Em seguida, os políticos pedem “responsabilidade criminal aos 16 anos”. Logo, pedirão responsabilidade aos 15, 14 e cosi via. Cosi via significa que aumentará o número de crianças assassinadas ao nascer; aceitação literal da loucura religiosa de que o homem já nasce pecador. Claro que essa lei só valerá para crianças pobres.

Sou contra a pena de morte, mas, como a tragédia, mesmo quando coletiva, é sempre individual, o que eu faria se matassem alguém indispensável à minha vida? E se alguém tirasse a vida de uma pessoa e, ao fazer isso, me deixasse aleijado interiormente pelos anos que me restam?

Como não acredito na Justiça e também não acredito que podemos julgar oficialmente os efeitos sem punir as causas, eu simplesmente mataria o assassino. E o faria pessoalmente, com as minhas mãos.

Em seguida, cidadão exemplar que sou, me entregaria ao juiz. Não teria resolvido nada, mas como sou humano em estágio ainda bárbaro, pelo menos isso atenuaria um pouco a minha dor.

Como vejo a coisa hoje? Dêem a chefia da portaria de um edifício ao mais dócil dos empregados e logo ele se tornará um tirano para agradar ao poder imediatamente acima dele.

O poder ama a si mesmo e aos poderosos. É tão implacável na sua injustiça que consegue convencer mais de 100 milhões de brasileiros adultos de que devem escolher entre o algoz da esquerda e o da direita. E nada acontece. 

sábado, 14 de novembro de 2009

Manipulação Midiática

A atividade consiste em propor que os alunos leiam e manipulem matérias de jornais e/ou revistas.

Os alunos deveram escolher livremente qual matéira irão trabalhar, esportivas, políticas, econômicas etc. Deverão ler toda a matéira e reescrevê-la de modo a mudar o seu sentido real, trocando seus fatos, dando outro tom à "verdade" apresentada pelo veículo midiático.

Essa atividade tem por finalidade promover uma reflexão prática e palpável de como a mídia nos apresenta verdades construídas, ou inverdades paridas, e fazê-los perceber o quão importane é ter um olhar crítico para os veículos de comunicação.

Poste aqui seu trabalho :)

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Riso e cultura


Na figura ao lado pode-se observar um monte de mulheres rindo. Na sua opinião rir é um fato social (da criação da pessoa) ou um fato individual (a pessoa escolhe a hora que quer rir)? Pense nos momentos em que você ri, é em todos os momentos e lugares?

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Cultura

De acordo com os conceitos de determinismo biológico e de determinismo geográfico faça um texto sobre cultura e sua relação ou não com os conceitos antes citados. De um exemplo do seu dia a dia