quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

A nossa volta

  O pensar sobre a condição atual de um amigo que está em condições complicadas me levou a filosofar sobre o nada.
  Não, não é irrelevante pensar-escrever-falar sobre o nada. No nada temos o oposto do tudo. Tudo o que ser quer hoje em dia é dinheiro e férias constante. Bom esse meu amigo não tem dinheiro e precisa trabalhar todos os dias guardando carros se pretende sobreviver na selva de pedra em que confortavelmente transitamos. Ele de acordo com o padrão atual é um nada. É o nada que não vemos quando vamos ao show, que não ouvimos quando pergunta se pode guardar o carro, que não vemos rir, chorar ou fazer qualquer outra coisa que um ser humano normal faz e a gente consede que faça. Se um guardador de carros vem chorando, por qualquer motivo, e nos interpela sobre se pode guardar o carro logo achamos que está fazendo cena. Um drama para poder ganhar dinheiro. Ele não pode ter sentimentos. Tem de ser uma máquina que adivinha como e de que forma tem de nos abordar para pedir permissão para trabalhar. Quantas pessoas tem de a todo momento pedir permissão para trabalhar. Alguns são convocados a trabalhar, outros vão trabalhar e pronto. Já os "marginais" (por viverem a margem e não como ladrões ou outra coisa qualquer) guardadores de carros tem de pedir pemissão é quem é nada tem de pedir para trabalhar. Quem é tudo trabalha e não filosofa sobre isso.
 Nada o nada não é visto. Nessa vespera de Natal quantas pessoas vão pesar sobre os nadas sociais?
Ao sair para dar uma volta Vi meu AMIGO dormindo em um banco próximo ao local em que trabalha, bem encolhido e escondido para NÃO ATRAPALHAR. Afinal a moral os bons costumes e todas as pessoas de bem não querem ver suas vegonhas.
 Não tinha dinheiro, nem eu nem ele, não podia ajudá-lo em nada e fico pensando como posso, além de ensinar a mim e aos outros o que acho que é bom, fazer com que se não acabe ao menos diminua isso no meu bairro, na minha cidade, no meu estado, no meu país e no mundo.
 Bom Natal e um ótimo Ano Novo, mas não se esqueça dos doentes e de todos os que precisam.